terça-feira, 29 de abril de 2008

Argentina

Tão perto e tão longe ao mesmo tempo. Todo brasileiro fanático por parques já ouviu falar no Parque De La Costa, casa da primeira SLC da América do Sul. Por anos foi o sonho de consumo de todo fã de montanhas russas abaixo do equador. E, como todo bom parquemaníaco, eu também sempre sonhei com o momento de andar na El Desafío.

Eis que finalmente a minha vez de visitar nossos amigos Porteños chegou e, lá estava eu, em Buenos Aires, tentando descobrir como chegar ao Parque De La Costa.

E a primeira coisa que eu descobri é que não é trivial chegar lá. O parque fica fora de Buenos Aires e, pra minha surpresa, a estrutura geográfica da Argentina é um tanto diferente da nossa. Eles têm cidades que contém outras cidades dentro. Assim, o PDLC fica na cidade de Tigre, município de Tigre, sim os dois com o mesmo nome e isso confunde um pouco....

Enfim, no site do parque diz:

“Pegue o metrô até Retiro, de lá pegue o trem para Mitre, de Maipú pegue o Tren de La Costa e salte na estação Delta”. Aí veio a dúvida: o Trem de La Costa sai de Mitre ou de Maipú? O.o

Depois de muita luta eis o roteiro:

Pegue o metrô (que lá se chama Subte), linha C (Azul). O metrô custa 90 centavos de peso (cerca de 55 centavos de Real).

Vá até a estação Retiro (é a última da linha C) e suba as escadas rolantes que saem dentro da estação de trem também chamada Retiro. Lá você pega o trem para Mitre, que, na verdade se chama Bartolomé Mitre. O trem custa 1,10 pesos (cerca de 65 centavos de real). Tenha paciência porque a viagem demora mais de 30 minutos e o trem não sai na hora marcada. Não se desespere.

Chegando na Estação B. Mitre, deixando a plataforma você vai ver as escadas rolantes escrito Tren De La Costa. Subindo estas escadas você estar na Estação Maipú, onde vai pegar o Tren De La Costa e vai descer na Estação Delta, que é em frente ao parque.

Claro que comigo a lei de Murphy funcionou: chegando à Estação Mitre descobri que o Tren de La Costa estava em greve....

Se isso acontecer com você, lembre-se da regra número 1 do Guia do Mochileiro das Galáxias: Don’t Panic! Ou seja: Não se desespere!

Se os trens não estiverem funcionando, em Mitre pegue o ônibus de número 60 (custa cerca de 1 peso) ou pegue um táxi, que vai custar cerca de 40 pesos (25 reais). Foi o que eu fiz. E rachei o táxi com uns brasileiros que eu conheci no trem. Sim, tem brasileiro pra todo lado e é fácil arrumar alguém pra dividir um táxi. Se você for numa sexta-feira, o parque vai estar vazio, não precisa madrugar pra chegar cedo.

Enfim, saí do albergue no centro às 9:30 e ao meio dia estava no parque. Sim, muita emoção!!

Na bilheteria eles vendem dois tipos de passaporte: Pasaporte Promo (30 pesos) e Pasaporte Plus (38 pesos). Compre o Plus! Ele dá direito a todas as atrações, inclusive a Casa do Terror El Infierno. Atenção: o Pasaporte Promo NÃO DÁ DIREITO A ANDAR NA EL DESAFÍO! Por isso, compre o PLUS.

Comprando o Pasaporte Plus eles vão te dar uma pulseria laranja para você prender no braço. Uma vez lá dentro, é correr pro abraço, meu amigo!


Claro, saí correndo para El Desafío. E lá estava ela, imponente à beira do Rio Tigre. Linda e…velha. Isso mesmo. Assustadoramente com a pintura desgastada, as alças das travas com a borracha quebrada e tremendo bastante o trem...

Tipo, você dá umas pancadinhas na cabeça.... Mas definitivamente, nada que estrague uma volta da única SLC em operação na América do Sul!

Andei no carrinho do meio. Sinceramente não foi a melhor SLC que já andei, mas também não foi das piores. Na saída, não tinha fila mesmo, então porque não dar mais uma voltinha?

Andei primeiro no carrinho do meio, depois no último e, por fim, mais uma voltinha no primeiro, definitivamente o melhor.

Saindo de lá, a Boomerang fica logo ao lado, bonitinha, vermelhinha e uma máquina de dor de cabeça. Treme muito! Uma Neosaldina e 40 minutos depois, lá estava eu de novo. Resolvi dar uma chance à pobre montanha russa.

Outra Neosaldina depois eu garanto: É a pior Boomerang em que eu já andei. Nem se compara com a suavidade da Boo do Playcenter. Tão ruim quanto a Boo do De La Costa, só a Boo do Hershey Park. E, pior do que elas, só a falecida Viper, do Six Flags Great Adventure que, para o nosso bem, jaz em paz no céu das MRs….

Enfim, saindo de lá, comecei a procurar a El Vigia, que fica do outro lado do parque que, na verdade, não é muito grande, não. Eu diria que dá uns 2 Playcenters e meio, talvez 3.

O parque é lindo. Tem construções bonitas, um farol que você pode subir para tirar fotos, uma casa dos espelhos bem cuidada. Tem um labirinto todo pintado de preto e branco e com luzes negras dentro. Nada demais, mas divertido. O Splash deles é parecido com o do BCW, mas os botes não são sincronizados.

Pontos legais: O bate-bate com botes, em vez de carros, uma roda-gigante bem grandinha, polvo, scrambler, chapéu-mexicano.

Tem também um lago que parece uma piscina de ondas, mas na verdade é um show de aguas dançantes (que eu não cheguei a assistir). Tudo é muito colorido, as áreas infantis são realmente muito bonitas e divertidas.

A área de Velho Oeste deles é um pouco pobre comparada com o que estamos acostumados no Hopi Hari e no BCW...rs

Mas tem uma atração muito interessante: A Mina Abandonada. Imagine uma Mine do Joe Sacramento (Hopi Hari), só que dando medo. É basicamente uma casa do terror pra crianças, só que, de fato, dá uns sustinhos divertidos. Eu não sei quem veio primeiro, se a Mina do Joe Sacramento ou a Mina Abandonada, mas o Hopi deveria se inspirar no De La Costa e dar uma renovada....

Eis que chego a um canto escondido e sem saída do parque e nele havia um la bamba e um barco pirata. O la bamba se chama Samba (curioso, não?) e o barco pirata se chama Capitan Piraña. Sinceramente não consegui entender porque aqueles brinquedos ficam tão escondidos. A propósito, lá, eles chamam brinquedos de jugos (jogos).

E, finalmente, encontro a El Vigia, também meio escondida, mas linda. Essa sim, é perfeita dentro da sua proposta. O percurso é exatamente igual ao da Blackbeard’s Lost Treasure Train, do Six Flags Great Adventure, mas a tematização é impecável.

Só cuidado para não molhar a sua câmera quando o trem passar ao lado da cachoeira, por que a água dá uma respingada...

Falando em câmera, eu esqueci de carregar a minha e, quando a bateria acabou, fui buscar uma câmera descartável pra comprar. Pra minha surpresa, eles não vendem essas câmeras lá. Mas eles alugam câmeras. Por 31 pesos (cerca de 18 reais), eu alguei uma câmera analógica, sem zoom, com um filme de 36 poses e incluindo a revelação.

Foi um bom negócio, mas como eu não lembrava mais como se usa uma câmera dessas, a atendente da loja teve que colocar e depois rebobinar o filme pra mim...rs

Lógico que as fotos que eu tirei com a câmera analógica ficaram meio ruins, mas é melhor do que não ter fotos. É muito estranho, hoje em dia, tirar fotos sem ver como elas estão ficando....

Na saída passei na loginha de souvenirs. Eu esperava comprar uma camisa escrito algo do tipo “El Desafío: Jo sobrevivi”..rs Mas não tinha muitas opções e acabei comprando um isqueiro. Sim, isso mesmo, aquele negócio de acender cigarro. Achei tão politicamente incorreto venderem isqueiros num com a logomarca de um parque de diversões que tive que comprar um....

Para voltar, se os trens estiverem em greve, ande até a costa do rio e siga a rua toda acompanhando o rio até chegar à estação Tigre, de onde você pode pegar um trem direto para a estação Retiro, de onde você pode pegar o metrô para onde estiver hospedado.

No trem fiquei pensando se voltaria no Parque De La Costa. Acho que vale a pena ir lá pelo menos uma vez, sim. O parque é lindo e vale a pena conhecer. Se você tiver tempo, faca o passeio de barco pelo Rio Tigre, assista aos shows (tem vários no parque ao longo do dia) e vá na casa do terror El Infierno.

Mas agora que o BCW comprou uma SLC, eu acho que só volto de eles comprarem alguma coisa nova bem legal. Até porque, o De La Costa não tem uma big tower e, nem ao menos um cabhumzinho pra contar história...

Una buena semaña para ustedes!!

Lucas Ferraz

domingo, 20 de abril de 2008

Sem fotos....

Caros amigos,

Estou em viagem ao sul do Brasil, na fronteira com a Argentina. Tem um parquinho aqui desses bem pequenos mesmo...
Eu tirei umas fotos e passei pro computador, mas elas estao muito grandes e aqui nao tem nenhum programa de edicao que eu possa usar para diminui-las.

Mas prometo que assim que voltar farei posts em dobro com textos, fotos e trip reports bem interessantes!


grande abraco e bom feriado a todos!

domingo, 13 de abril de 2008

Diamond Lights

Para mim, parque de diversões sempre esteve ligado a luz. Não, não estou falando de uma luz espiritual nem nada parecido, não vou entrar nesse mérito.

Estou falando de luz mesmo: lâmpadas.

Luzes coloridas. Pra mim são dois os tipos de luz que me marcam muito. As tradicionais luzinhas em forma de diamante, que costumam piscar muito, e as luzes fluorescentes, a famosa "luz fria", coloridas, muito comuns em parques pequenos.

Uma imagem muito marcante na minha mente é a de uma lanchonete de parque móvel, um trailler, com um telhadinho na frente, sobre algumas mesas e tudo iluminado por luz fria, no início da noite.

Aliás, o início da noite, aquele 1 segundo depois do pôr do sol, quando o céu está mudando de laranja para o escuro da noite, é o meu momento favorito num parque. Não existe nada mais bonito do que as luzes acendendo naquele momento em que você ainda consegue enxergar na penumbra. Olhar para uma montanha russa com o pôr do sol por trás dos trilhos...

E você corre para aproveitar o tempo que ainda resta do dia. E o mundo ganha novas formas com as luzes piscando. E você para para comer um cachorro-quente numa barraquinha iluminada por uma luz fria suave. Um momento de pausa, um refugio, em meio ao turbilhão de adrenalina, de coisas girando.

E, depois do descanço, você volta para o universo paralelo onde não existem problemas. Só diversão e luzes coloridas piscando....

Hoje (13 de abril) é o Dia do Parque de Diversões. Parabéns a todos os parques do Brasil, todos os funcionário, diretores, colaboradores e - por que não? - todos nós entusiastas!

Peguei as fotos em sites na internet há bastante tempo e não lembro os endereços. Peço desculpas aos fotógrafos por não colocar os créditos e agradeço por me deixarem usá-las.

Um bom final de semana a todos.

Lucaz Ferraz

sábado, 5 de abril de 2008

On The Top of The World


Já viram o filme "Sociedade dos Poetas Mortos"? Tem a clássica cena em que os alunos sobem nas cadeiras para ver o mundo por um ângulo diferente.
Eu tenho essa necessidade. Não consigo ficar vendo as coisas sempre pelos ângulos convencionais.


Quando eu olho para uma montanha russa, eu não vejo apenas um brinquedo de parque de diversões, vejo anos de trabalho, enxergo os traços do projeto, enfim, mil coisas que não vêem ao caso aqui, ou vão me taxar de louco (mais do que já me consideram..rs).


Lembro-me da primeira vez que quis subir numa montanha russa foi (pra variar) no Tivoli Park. Eu olhava aquele colosso amarelo e ficava imaginando qual seria o tamanho real daqueles trilhos, quando vistos bem de perto. Me imaginava fazendo o percurso do trem sem trem, escalando os trilhos. Me perguntava qual seria a sensação de ficar em pé no topo daquela escadinha na primeira subida....


Quando reencontrei os brinquedos do Tivoli Park, 6 anos após o seu fechamento, me deparei com a Whirlwind desmontada. tirei várias fotos e subi nos trilhos em algumas delas. A partir daí, não parei mais...

A coisa virou uma mania, uma obsessão. Sempre que posso, subo nos trilhos das montanhas. Mas Lembrem-se de ter autorização dos parques e só fazer isso com a atração fechada! É extremamente arriscado subir no trilho de uma montanha-russa se ela não estiver com o painel de controle devidamente lacrado!


Um amigo de Recife, o Fernáutico, teve essa semana o prazer de subir nos trilhos da Whirlwind com ela montada. É verdade, eu subi primeiro, mas eles estavam no chão, não conta muito...rs

Entrei no seu orkut e encontrei umas fotos bem legais que ele tirou de lá de cima. Mas, curiosamente, a foto que mais me passou a sensação de "parque de diversões", foi uma tirada de cima do tobogã, com o Fernáutico e um amigo e a Super Tornado (novo nome da whirlwind) ao fundo.


Não sei porque, mas essa foto tem cara de parque. O tobogã, a MR da Vekoma, não sei, tudo junto deu um "ar" de parque.....

Fernáutico, obrigsupado pelas fotos, ok? Espero em breve estar aí para andarmos juntos no primeiro trem que rodar a Super Tornado!

Para conferir as fotos do Fernáutico, vá em www.fotolog.com/mirabilandia.


Forte abraço, bom final de semana e muita montanha russa pra todos nós!

Abs,

Lucaz Ferraz